Há algum tempo vi um clip da banda inglesa Oasis em que o baixista usava um Rickenbacker 4005.

Percebi que algumas pessoas pelo mundo afora já fizeram alguns baixos parecidos com um sucesso muito bom.
Bem, pelo que pesquise, esses baixos são feitos em maple com uma longarina em rosewood. Tem uma corpo semi sólido com o braço colado.
Não é como nos Rickenbacker's modelos 4000 em que o braço atravessa o corpo, nesses modelos são copiadas as construções das guitarras série 360, ou seja, o braço é colado avançando um pouco no corpo, mas não através dele.
O corpo mede um pouco mais de 40 cm de largura, nesse caso, não achei maple com mais de 20 cm de largura o que me fez procurar uma madeira para o corpo que tivesse mais ou menos as mesmas configurações. O marfim me pareceu muito pesado e o tauari branco muito escuro. Fiquei com a opção do jequitibá rosa.
Uma madeira surpreendente.
Características: madeira fibrosa como o mogno, mas um pouco mais densa e mais pesada. Quando acabada ela tem uma textura semelhante ao marfim. É ótima com os acabamentos, fácil de cortar e lixar. É muito estável e assim como o mogno e o cedro, o movimento depois do corte não é significante como o marfim. O jequitibá é uma madeira excelente para braços também assim como o maple, mogno e cedro rosa. O jequitibá para corpos dão um punch que fica entre os timbres do mogno e do ash.
(http://luthieriabrasil.blogspot.com.br/p/estudo-madeiras-nacionais-para-luthieria.html)
Depois de ler essas descrições não tive dúvidas. Aliás acho que existem muitas madeiras nacionais tão boas quanto madeiras importadas e que dão, se não o mesmo resultado, sons e acabamentos muito parecidos aos originais. Tenho tido muita boa impressão dessa madeira, que acreditem, dá mesmo um bom acabamento. Ela é bem clara quando lixada e muito boa pra trabalhar.
O resultado que quero chegar é mais ou menos parecido com este:
Coladas as peças de jequitibá rosa, passemos ao desenho e cortes. Desenhei o baixo no corel e pedi pra cortar na CNC. Ficou muito legal. Eu risco com o molde e corto. Depois acerto com a tupia e fica tudo dentro das medidas.
Já que tive que comprar a madeira, aproveitei pra comprar as duas peças. Uma delas vou utilizar pra fazer o modelo 4005 com bordas arredondadas e a outra vou utilizar para o com acabamento com frisos como nos mais antigos da série.

Se ampliada a foto, a gente pode perceber as veias da madeira Jequitibá que é muito bonita e parecida um pouco com maple.
Utilizei duas peças de madeira coladas a possibilitar o corte do desenho do corpo nas medidas corretas.
Com o molde ao fundo, consegui escavar a madeira de 40mm. Esta é parte da frente do baixo onde será colada a parte dos fundos. O encaixe do braço ficou perfeito.
Na parte inferior deixei sem entalhar para que pudesse fazer o rebaixo onde será afixado o cordal ou "tailpiece".
Aqui já se tem uma noção do que dá à marca Rickenbacker a personalidade, esse corte em "f" que mais se parece um "v". Neste momento já está riscado onde será o chanfro onde será colocada o "tailpice" ou cordal. Descobri recentemente que não se pode comprar esse cordal "tailpiece" original Rickenbacker sem devolver de alguma forma o original. É uma especie de reposição que fazem o que acaba sendo um controle também. No site www.pickofthericks.com, informam que somente enviam o tailpiece em "R" se você enviar o avariado antes. Justo.
Já cheguei a ver esse baixo com uma ponte de guitarra. Não sei se é original ou não. Acredito que no começo tenham adotado essa ponte. Nesses casos foi tirados os carrinhos das cordas "Lá" e "Si" e utilizado a ponte que, depois de realinhados os "saddles" com um chanfro para a corda, ficou perfeito.
Esses captadores foram comprados em um site britânico. Super, mega vintage, fiquei surpreso pela qualidade desses captadores. Comprei também outros Higain e igualmente me surpreenderam. As vezes comento com amigos que nos anos 80 a gente não tinha nada como hoje, com a qualidade de hoje, uma vez ou outra alguem aparecia com uma guitarra ou baixo giannini stratosonic que era o máximo para a época. Hoje em dia as lojas oferecem instrumentos musicais de qualidade muito boa e muito além daqueles de 30 anos atrás. Sem comparações quanto ao que se podia fazer na época, mas é que hoje em qualquer esquina tem uma loja vendendo uma guitarra ou baixo baratos e de uma qualidade muito boa.
Andei fazendo uma pesquisa e acabei chegando a informações que a Bubinga, madeira utilizada dos Rickenbacker's 4004 tem a mesma densidade do nosso jatobá.

Tenho usado em outros instrumentos e acho uma madeira muito boa para escalas. Além da densidade ela é muito bonita depois de acabada
Tem uma densidade muito boa e a qualidade sonora fica espetacular, além de ser uma madeira muito bonita. Muito parecida com as madeiras utilizadas nos originais.






Usei friso de 4mm para preencher o entalhe tipo Rickenbacker da parte da frente. Ficou muito bom. É necessário um pouco de calor para curvar o friso e não quebrar. Aprendi isso ao tentar dobrar o friso, quebrando-o.
Aqui já com o hardware.

A ponte resolvi fazer em aço carbono. Fiz no corel o modelo e mandei cortara a laser. Tive que dar uns retoques depois de pronta para tirar os defeitinhos. Fiz três peças, o R, a ponte e este acabamento que parece uma vírgula que vai sobre a parte da frente. Depois de cromada ficou show.

Aqui está o baixo pronto para ser tocado. Som roncado muito vintage.


Só pra constar: o nameplate é uma homenagem....
ResponderExcluirBoa Ede... que massa.. divulgando...
ResponderExcluirBlz.
ExcluirBoa Ede... que massa.. divulgando...
ResponderExcluirMano...tem que ter dom pra isso, deve da uma puta trabalhera!!!
ResponderExcluirParabéns
Opa. Dá mesmo amigo, mas não tem preço quando vc vê o resultado final.... se sente "o cara" rsrs. Valeu pela força...
Excluir